terça-feira, 8 de outubro de 2013

Inspirações da Maria: Azzedine Alaïa

Bem, primeiro vamos responder por qual motivo usamos a tag inspiração pra falar de outros designers. Já nos perguntaram isto algumas vezes, e sempre é um prazer responder que inspiração pra Maria não é só uma frase bonitinha ou uma imagem de pôr-do-Sol, embora estas coisas realmente tenham o poder de nos inspirar. Mas por que também não se sentir tocado pelos designers, que seja na moda ou em áreas afins, construíram uma carreira de sucesso fazendo o que amam? O alvo de nossa admiração hoje é ninguém menos que Azzedine Alaïa, o criador das roupas mais sexy do planete e dono do título de "Mestre das Curvas".

O estilista nasceu na Tunísia em 1939, e desde a juventude teve o olho voltado pra moda. Uma de suas memórias mais antigas é a da tia, uma dançarina, que visitava constantemente a costureira que reproduzia peças das já renomadas Dior e Balenciaga. Pra ele, a tia era a mulher mais elegante que conhecia, e o fato dela ser aplaudida nas ruas quando passava com suas roupas réplicas, mas extremamente bem feitas, o fascinava.

Ainda jovem foi pra Escola de Belas-Artes em Paris. Lá desenvolveu o gosto por anatomia, proporções e equilíbrio. E o resto da paixão pelo corpo feminino veio quando um dia, ao andar pelas ruas da capital francesa, viu a musa da época Marlene Dietrich saindo do carro com as suas belas e compridas pernas.


Na escola ficou conhecido pelo seu talento em lidar com as proporções, e assim ganhou a chance que tanto queria: uma passagem para o ateliê de Dior. A passagem não foi lá a das mais longas, mas foi suficiente pra ensinar a Alaïa a arte de costurar pra mulheres. Fez contatos com grandes divas mundiais, e aproveitou a oportunidade pra, na raça, abrir o seu próprio estúdio. Eram 18 costureiras trabalhando pra ele, e clientes como Greta Garbo e Maria Callas. Mas o mais impressionante é que nesta época Azzedine ganhava muito pouco. O próprio criador descreve a época em uma entrevista recente: "Comecei sem um tostão na Rue de Bellechasse. (...) Rolls-Royce ficavam estacionados em frente ao prédio, com todas aquelas mulheres muito ricas circulando por ali. Era o luxo em meio à pobreza total."

Foi exatamente nesta época que Azzedine conheceu Arletty, cliente, amiga e musa. Grande incentivadora de suas criações, Arletty virou embaixadora de suas criações e encantava cada vez mais mulheres par saber de quem eram aqueles vestidos tão maravilhosos.


Nos anos 80 ocorreu o boom da sua carreira. Vestia chefes de Estado até top models como Naomi Campbell e Cindy Crawford. Mas é tido como um visionário na área: mora nos andares de cima do mesmo prédio onde mantêm sua loja e seu ateliê. Vez ou outra dizem que ele surpreende alguma cliente desavisada quando aparece na loja sem aviso prévio organizando as araras. Também não participa do calendário oficial da moda. Entrega as roupas no prazo que jura suficiente pra confeccioná-las e só produz quando acha necessário produzir. Diz que sua moda é arte, e que por ser arte, a criação é algo sério demais pra ser submetido ao ritmo infernal que o mercado impõe.

O criador também é famoso por ser defensor dos direitos dos animais - ele cria oito gatos, três cachorros e uma coruja - além de ser um grande admirador das artes. Tanto talento não poderia render um reconhecimento menor: não bastasse seus 34 anos de carreira, com peças cobiçadas e sucesso de vendas de lojas próprias a brechós, Azzedine foi prestigiado, no mês passado, com uma retrospectiva de sua carreira.  Uma exposição de fazer qualquer mulher babar!



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