sexta-feira, 29 de novembro de 2013

Sonzinho da sexta: Fingerfingerr

Eles podem até ser pouco conhecidos no cenário nacional, mas vamos mudar a frase pro AINDA pouco conhecidos, uma vez que com o som pra lá de bom em que mistura clara influência dos Beatles, experimentalismo e rock tradicional, não dá pra parar de ouvir Fingerfingerr.

A banda, que nasceu em 2011 e é cem por cento paulistana, é formada por Flavio Juliano nos vocais, Ricardo Cifas na batera e Gianni Dias no baixo. Legal é como o som deles é totalmente viciante depois que se começa a escutar. Seja pela batida mais agressiva em musicas como a que vamos escutar hoje, Punksy, ou por letras românticas e um arzinho de With a Little Help From My Friends como Find a Way.


Outra coisa legal é que o som deles encaixa perfeitamente com as letras cantadas em inglês. Muito desta escolha partiu de Flavio, que foi criado nos Estados Unidos. Esta segunda língua foi o bilhete de entrada pra uma turnê em que os meninos estão, agora no mês de Outubro e Novembro, rodando os EUA.

Mas se engana quem pensa que esta é a primeira experiência com público da banda. Além do EP lançado com quatro faixas, e com suas músicas como trilha da websérie A Vida Louca \o/ de Lucas Batista, eles também são figuras cativas da festa Bricolage, show que reúne DJs e bandas do novo cenário de São Paulo.


É com tanta dedicação a música que vemos que pros meninos do Fingerfingerr o importante é empurrar a arte e música pra frente, dois elementos que eles fazem questão de unir em seus vídeos. Outra coisa legal sobre a banda é que eles não gostam de ter seu som rotulado. Segundo as palavras de Gianni eles trabalham a distorção do som e brincam com efeitos usando a tecnologia a favor da música.

Ah, antes de deixarmos vocês com o som de Fingerfingerr, sabiam que o Gianni é irmão da cantora Tiê?


terça-feira, 26 de novembro de 2013

Sonzinho com a Maria: Deap Vally

Se paramos pra lembrar das histórias das bandas de rock, muuuuitas começaram com encontros em lugares nada glamourosos como a sala de estar da casa da mãe de um membro, quartos, bancos de ônibus, e o clássico ensaio na garagem. Agora, vocês já viram alguma banda em que os membros, ou melhor, as, se conheceram nesses encontros pra tomar chá, café e fazer crochê? Não? Pois temos o prazer de te apresentar Deap Vally!


Lindsey Troy - a loira - e Julie Edwards - a ruiva, se conheceram entre um ponto de crochê e outro em Los Angeles, e logo ficaram bem próximas. Não demorou muita pra descobrirem a paixão mútua que tinham pelo rock'n'roll e o fato de que a primeira tocava guitarra e a segunda bateria. E assim nasceu, em 2011, uma banda super afinada no quesito de mesclar boa música à moda.

No último mês de Julho lançaram seu primeiro álbum, Sistrionix. E o trabalho foi tão bem recebido pela crítica que as meninas não demoraram pra estrear em palcos grandes, como a última edição do festival sonho Glastonbury, na Inglaterra.


O público, conforme vai conhecendo, também ama Deap Vally. Também são tantos motivos: letras que nós, jovens, nos identificamos ao falar sobre amores bandidos e independência; o som, bem cru e experimental, bebendo muito da fonte de bandas como The Kills e White Stripes; e o visual pra lá de descolado das meninas com muitos óculos de Sol, jeans bem destruídos, couro, um toque cigano e hippie, e outro de sensualidade californiana, deixando muito a pele a mostra, mas sem pesar a mão.

Segundo as próprias palavras de Julie o som da banda sofre influências do trabalho do bluesman Robert Johnson, da bossa nova de Tom Jobim, de bandas como Led Zeppelin, Black Sabbath (já falamos um pouquinho sobre estas duas bandas neste post aqui), Yeah Yeah Yeahs, e até do desenho animado dos anos 80 Jem e as Hologramas. Se você concorda ou não com as influências, bem, dá uma chance e escuta o som delas que é muito bom. Deixamos vocês com o maior sucesso que as meninas tem até agora, Gonna Make My Own Money.

quinta-feira, 21 de novembro de 2013

Musas da Maria: Jessica Chanstain

Linda, talentosa e ruiva! Bastou a atuação dela como a senhora O'Brian em A Árvore da Vida pra estarmos caindo de paixão por esta atriz natural de Sacramento. E depois de tantos trabalhos de sucesso, tem como não amar Jessica Chanstain?


Jessica Michelle Chanstain é filha de uma chefe de cozinha vegetariana e de um bombeiro. Estudou na Universidade de Sacramento e depois de se formar, em 1997, resolveu levar a carreira de atriz mais a sério unindo-se a uma companhia profissional de teatro. No ano seguinte já fazia sua estreia nos palcos. Era a protagonista de uma adaptação de Romeu e Julieta. Após o papel de Julieta, a nossa ruiva achou que era hora de se aperfeiçoar nas artes cênicas e resolveu ingressar na famosa escola Juilliard, em Nova Iorque. Foi aceita no departamento dramático e se formou em 2003.

Ao sair da Julliard foi sua vez de se jogar nas telinhas e testar suas habilidades como atriz recém-formada. Fez participações nas séries ER e Law & Order. Mas brilhou no ano de 2011. Arrebatou corações dos espectadores como a delicada e quase angelical esposa de Brad Pitt no longa A Árvore da vida de Terrence Malick. Recebeu críticas super positivas ao dar vida a esposa de um homem perturbado por visões apocalípticas em O Abrigo e estrelou a inesquecível Celia Foote em Histórias Cruzadas. Foi por este longa que a moça recebeu indicações ao Oscar e ao Globo de Ouro, e ainda levou o SAG de melhor elenco.


Mas premiação maior recebeu agora em 2013. Pelo filmaço A Hora Mais Escura, dirigido pela também premiada Kathryn Bigelow, Jessica recebeu o Globo de Ouro, o Oscar, O Bafta e o SAG de melhor atriz.

Agora vocês já notaram o quanto ela é linda? Pra nós, é mistura de beleza natural com traços delicados de fazer babar. E já que tamos falando de beleza, já viram o editorial para a Vogue US, clicado pela talentosíssima Annie Leibovitz, em que a ruiva é a estrela? A Jessica Chanstain encarna imagens imortalizadas como a fotografia de Julia Margaret Cameron, ou as telas La Mousmé de Vincent van Gogh e Ria Munk de Gustav Klimt. É muita beleza num editorial só, não acham?



domingo, 17 de novembro de 2013

Sonzinho com a Maria: Cazuza

Seu nome de batismo, escolhido para agradar a avó paterna já que era o mesmo nome do avô, era Agenor de Miranda Araújo, mas nunca houve um apelido que o pai desse a um filho e que pegasse tanto: Cazuza! E é do poeta da geração 80 - mas muito querido até hoje, não é?! - que vamos falar um pouquinho.


Filho do produtor musical da Som Livre João Araújo e da famosa Lucinha Araújo, símbolo da luta contra o HIV e fundadora da Sociedade Viva Cazuza, o garoto cresceu, muito devido ao trabalho do pai, bem entre a vida artística brasileira. Nomes como Rita Lee, Gilberto Gil e Novos Baianos eram visitas mais que normais em sua casa. Até as aventuras de juventude incluíam nomes gigantes da música brasileira. Foi aos 13 anos, e junto com o amigo de infância Pedro Bial, que o cantor foi entrevistar Vinícius de Moraes. Legal que além da entrevista, os dois saíram já admiradores do uísque, bebida que o poetinha apresentou a ambos. E já que tamos falando das amizades de Cazuza, não podemos deixar de citar Bebel Gilberto, sua maior e melhor amiga.

Tudo na vida do Cazuza parece ter sido bem intenso. O cantor falava abertamente que começou a fumar maconha aos 12 anos. Iniciou vários cursos, inclusive um de fotografia na Universidade de Berkeley, na California. Mas assim como tantos outros, abandonou os estudos antes do fim. Sempre foi visto como um símbolo de rebeldia, mesmo ainda muito novo. Foi expulso do Colégio Santo Inácio, onde estudava no Rio de Janeiro. Mas incrível mesmo é que antes de ser expulso foi considerado o melhor aluno de geografia de toda a instituição de ensino. Tanto conhecimento era fruto do seu passatempo favorito, passar horas observando o mapa-múndi!


Quando voltou da California Cazuza ingressou num grupo teatral que se reunia no Circo Voador. Lá cantou em público pela primeira vez e reencontrou o cantor e compositor Léo Jaime, que conheceu anos antes de ir a Berkeley, quando Cazuza trabalha na Som Livre junto com o pai. Foi Léo Jaime que indicou o jovem Miranda pra fazer o teste pra cantor em uma banda de rapazes do Rio Comprido. Cazuza foi, conheceu os jovens Frejat, , Guto e Maurício, e super agradou com sua voz meio que berrada. Nasceu assim o Barão Vermelho, e a carreira do músico decolou. Foi considerado o melhor letrista da MPB em 1987, juntamente com Chico Buarque. A banda se tornou um sucesso e a parceria com Roberto Frejat, mesmo em meio a tantos desentendimentos gerados por causa da inconsequência de Agenor, foi mais forte. A sintonia no palco, na época do Barão, era inegável. E mesmo com a saída de Cazuza do grupo, os dois continuaram a escrever juntos. Um exemplo clássico da sintonia dos dois mesmo no período de carreira solo de Cazuza é Ideologia. Letra pra lá de potente, não acham?

Cazuza também era conhecido como um romântico incurável e colecionador de relacionamentos intensos. Talvez seu caso amoroso mais famoso foi com Ney Matogrosso. Os dois se conheceram num encontro casual e não se largaram por um bom tempo.  Segundo o próprio Ney foi um relacionamento intenso, tanto amorosamente quanto intelectualmente. Mas na vida de Agenor Araújo também teve um breve casamento com Patrícia Casé, a paixão fulminante por Denise Dumont, e o namoro - o mais longo que Cazuza teve - com o ator Sérgio Dias.


Em 1985 o músico foi internado pra tratar um pneumonia. Exigiu fazer o teste de HIV e o resultado deu negativo. Dois anos depois foi acometido pela mesma doença e refez o exame. Desta vez o resultado foi positivo. Em 1989 foi o primeiro artista brasileiro a assumir publicamente que estava com Aids. Ele falou sobre o assunto, em tom muito otimista, com o jornalista Zeca Camargo para a Folha de São Paulo. Buscou o tratamento em Boston, nos Estados Unidos, mas não abandonou a música. Gravou seu último álbum, Burguesia, já em estado bem debilitado. Algumas das músicas foram gravadas com Cazuza deitado no sofá da gravadora. Este álbum, onde o cantor empenhou suas forças, vendeu 250 mil cópias.

Cazuza morreu em 7 de julho de 1990, com 32 anos. Na sua lápide, no cemitério São João Batista, no Rio de Janeiro, estão escritos sua data de nascimento, data de falecimento, e O Tempo Não Para, título do seu último grande sucesso. Sua músicas permanecem fortes e atuais até hoje, e é com um clássico que deixamos vocês: Bete Balanço!